Para os mais curiosos, aqui vai o diario de bordo deste fim de semana:
23/24.Julho: Lisboa-Sines-Portimão
"Após várias semanas em que o vento soprou de norte com forte intensidade, anunciava-se um fim de semana mais calmo... e, de facto, assim aconteceu.
0845 – à hora aprazada apresentaram-se os 6 valorosos formandos dispostos a enfrentar a viagem costeira até ao Algarve: o casal Sander Gomes e Elisabete Moreira, com a experiência anterior de um baptismo de vela; o Renato Ribeiro, Patrão Local formado pela Confiquatro e armador de um pequeno veleiro com que regularmente sulca as águas do rio Tejo; o Guilherme Martins, também Patrão Local e que no ano passado nos acompanhou no treino de mar ao golfo de Cádiz; os seus amigos João Carvalho e Ricardo Rafael, mais ou menos estreantes nestas andanças.
Connosco seguiam também o Hugo Mendes, Patrão de Costa e armador do Special One e o Marco Santos, Patrão Local da última fornada da Confiquatro. Do Parque das Nações navegámos até ao Porto de Recreio de Oeiras, para encontro com o Mabi IV, do João Bitoque, que nos acompanhou nesta viagem.
À largada de Oeiras, pelas 1130, brisa ligeira que nos obrigou a usar um pouco de “vento de porão” de modo a não perdermos de vista o Mabi IV e também para garantir que chegávamos a tempo de jantar em Sines.
A aproximação ao Espichel trouxe mais vento, até quase aos 20 nós reais, e passámos a baloiçar um pouco mais ao sabor do mar. Decidimos cambar e seguir em direcção à costa, colocando-nos ao abrigo do cabo e, assim, tentar poupar um pouco alguns estômagos mais sensíveis.
A cerca de 15 milhas de Sines o vento foi amainando e pouco depois começámos a avistar as primeiras chaminés características daquela região.
Às 2000 chegámos à pacata vila de Sines que, desta vez, apresentava um movimento fora do normal, fruto de estar a decorrer o Festival das Músicas do Mundo.
Acompanhados pela tripulação do Mabi IV – João Bitoque, Fernando Gonçalves, Isabel Ribeiro e Maria do Carmo, também eles ex e actuais formandos da Confiquatro – lá fomos até ao restaurante “O Mexilhão” que estava completamente cheio.
A decisão de esperar cerca de uma hora revelou-se acertada pois a magnífica massada de cherne rapidamente levou a que esquecessemos a espera.
Depois de um breve descanso, largámos amarras às 0330 para cumprirmos a navegação nocturna prometida.
A neblina não permitiu a identificação de faróis na costa e o muito pouco vento obrigou, de novo, ao uso do motor.Sensivelmente a meio caminho do Cabo de S. Vicente entrámos no nevoeiro e foi a oportunidade de explorar as potencialidades do radar. Como o Mabi IV ainda não dispõe deste equipamento e, entretanto, se tinha “perdido” de nós, aproveitámos para marcar um “encontro” no mar, comunicando as nossas posições via rádio e definindo um ponto de reunião.
Curiosamente, quando tal aconteceu o nevoeiro dissipou-se e, pouco depois, passámos o CSV com um tempo radioso, a anunciar o clima habitual do Algarve. Daí até Portimão foi uma navegação à vista, absolutamente tranquila e relaxante, com mar chão, tendo a tripulação feito o sacrifício de se entregar aos prazeres da comida e bebida tipicamente portugueses.
1700 - chegada à Marina de Portimão e conclusão de mais um treino de mar costeiro."