Este instrumento "espacial" é o sextante, um instrumento elaborado para medir a abertura angular da vertical de um astro e o horizonte para fins de posicionamento global em navegação oceânica, mas que também pode ser usado em navegação costeira, para determinar distâncias a objectos de que se conheça a respectiva altitude (por exemplo, a faróis) mediante a leitura de um AVS (ângulo vertical de sextante) ou para definir um ou dois segmentos capazes através da leitura de um ou dois AHS (ângulo horizontal de sextante). O seu limbo tem uma extensão angular de 60º (origem da designação sextante) e está graduado de 0º a 120º. Nele corre uma alidade destinada a apontar o instrumento ao objecto visado e a realizar a leitura do ângulo medido. Um sistema de dupla reflexão, formado por um espelho móvel e um espelho fixo, permite efectuar a coincidência entre as imagens do horizonte visual e do objecto observado (ou dos dois objectos observados, no caso de se pretender medir o ângulo entre eles). O sextante marítimo, o mais comum, permite realizar medições angulares com uma exactidão de cerca de 0,5 minutos de arco. Devido à sua grande importância histórica na determinação da posição dos navios no mar, o sextante é o símbolo adoptado pela navegação marítima e pelos navegadores há mais de duzentos anos.
HISTÓRIA DO SEXTANTE
Em 1757, Campbell, um oficial da Marinha inglesa, alarga o arco do limbo do octante para 60º, nascendo assim o sextante. Mas foram precisos ainda mais vinte anos até que Tomaz Godfrey, um vidreiro de Filadélfia, lhe aplicasse dois espelhos dispostos de forma a coincidir as imagens de dois astros qualquer que fosse a distância a que se encontrassem, para que o sextante substituísse finalmente com vantagem o octante.
Medindo a altura do Sol acima do horizonte com um sextante
Até aos nossos dias foram aparecendo pequenas modificações de melhor adaptação ao uso corrente. Sem dúvida, de salientar a adaptação de um horizonte artificial aperfeiçoado pelo Almirante Gago Coutinho e usado em 1922 na travessia aérea Lisboa/Rio de Janeiro. Já em 1733, Hadley, depois de ter apresentado o octante, publicou a descrição de um instrumento para medir alturas de astros sem o horizonte visível, recorrendo a um nível curvo, que era chamado sextante de bolha. Durante décadas foi usado na aviação pois permitia que se obtivesse a altura no ponto de tangência da vertical do astro com o plano do nosso horizonte.
Medição do ângulo vertical do sextante (AVS)
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